A facilidade de acesso ao crédito em bancos, a alta taxa de empregabilidade e o aumento da renda do trabalhador já são motivos suficientes para a eclosão de um “boom imobiliário”. Mas em Santa Vitória, o aquecimento da construção civil está intimamente ligado à industrialização, que chegou de forma intensificada, especialmente após a implantação de dois grandes grupos sucroalcooleiros, gerando emprego e alavancando o desenvolvimento do município. As obras residenciais e comerciais seguem a todo o vapor, revelando uma cidade que se encontra em pleno processo de expansão empresarial, habitacional e populacional.
De acordo com o setor de Cadastro da Prefeitura, responsável pela liberação dos alvarás de construção, atualmente já existem mais de 15 mil imóveis regularizados no município, somando os que possuem edificações e os lotes vagos. Dados da COPASA, repassados pelo gerente local da empresa, Salmo José Neto, revelam que, em janeiro de 2009, exceto nos distritos e zona rural, a Sede Administrativa do município contabilizava 4900 ligações de água. Em 2014 este número saltou para 6648, sinalizando um aumento de mais de 1700 novos imóveis, em apenas cinco anos.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, Antônio José de Queiroz, afirma que o número de construções ultrapassa 300 anuais. Ele associa esse “boom imobiliário” à implantação dos empreendimentos sucroalcooleiros em Santa Vitória, o que gerou um forte aquecimento na economia local, aumentando expressivamente a população fixa e flutuante. “Estamos com uma média de 300 construções, todos os anos, e devemos isso à industrialização, que marcou esse processo. Temos uma demanda grande por habitações, pois a população aumentou e a procura por casas tem acompanhado esse ritmo”, acenou o secretário.
O empresário Gilvan Carlos de Miranda está à frente de uma loja de materiais para construção há 10 anos e viu nesse aquecimento o momento certo para a expansão de sua empresa, que passou por dois processos de ampliação, em 2011 e em 2013. Seu faturamento dobrou, de 2009 até hoje, e o quadro de colaboradores foi ampliando em 30%. O empresário já faz planos ousados para os próximos anos, contando com boas perspectivas de negócios para o segmento.
Pessoas que atuavam em outros ramos de atividades, também migraram para o mercado imobiliário, acreditando no cenário favorável da construção civil. Clóvis Gonçalves é construtor há cinco anos e meio e já está com mais de 12 funcionários fichados em sua empresa, contando ainda com outros profissionais que prestam serviços terceirizados. Ele explicou que após o “boom”, no ano de 2009, o mercado manteve um crescimento expressivo, mas com a falta de mão de obra qualificada, algumas dificuldades surgiram para quem atua no setor. A maior procura, segundo Clóvis, é para os imóveis de até R$ 90 mil, valor que se enquadra no Minha Casa Minha Vida, para financiamento habitacional.